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Monotonia mística


Num despertar descrente
Que o dia seja ardente,
Penso em talvez não fazer
O que talvez deveria ser feito.
Penso na probabilidade
De surgir felicidade
Trazida de muito longe
Como água pura da fonte,
Com fé e força de vontade,
Purificando minha vaidade,
Medrosa, mantém a monotonia,
Se conecta na mesma sintonia
Perdendo o êxtase da novidade,
Nascia um ar de saudade
E morria naquele mesmo dia
Que ainda não existia.

Ah que saudade


D'um olhar, a primeira vista,
Do sorriso, a conquista,
Da paixão, a intensidade,
Do amor, a felicidade,
Do amor, a tristeza,
Da dor, a certeza
De que o vento soprou
E o silêncio ecoou.

Que saudade, ah que saudade!
Te buscaria como um caçador
Por todos os cantos da eternidade,
Da sua boca seguiria o doce sabor
Que sinto cada vez ao lembrar
Do seu corpo naquela noite de luar.

Que saudade, ah que saudade!
Cantaria a mais bela canção
Na busca de uma possibilidade,
Estar dominado em suas mãos
E perceber que nada foi em vão,
Mesmo que seja tudo apenas ilusão.

Um trem para novos tempos


Novamente, o sol vai surgindo
Ao leste das nuvens calmas,
Com veemência ele vem pedindo
A purificação de nossas almas.
Entretanto, era uma manhã fria.
Não podia compreender o que restou,
Meu corpo desnudo, suave tremia
Como uma árvore que o vento tocou.
Não sentia medo, me sentia bem,
Um beija-flor estacionara no ar
E me mostrava um outro alguém
Com quem aprendi o que é amar.
Aprendi a buscar e entender,
É necessário medo pra se viver.
Aprendi que o agora já passou
E nosso futuro, o passado soprou.
Não sabia quem, sabia o porquê
Das coisas que conquistei na vida,
Delas, não levaria nem um buquê
Por minha ausência recebida.
Das coisas que devem ficar,
Meu sentimento sem explicação
Para que possas sempre lembrar
Enquanto parto para outra estação.