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Ápice azul


Refugiei-me longe da cidade
Distante do mundo dos homens,
Um novo início interminável,
De volta ao respeito. Dignidade.
Um lugar diferente. Único.
Um passo da porta. Éramos três.

Avistei o alto da utopia
Da onde então sutilmente surgia
Um singelo pescador de idéias
Transformando-as em liberdade.
Sua sabedoria era admirável,
Seu conhecimento compartilhável.

À profundeza lancei o oceano,
Fisgada onda em pensamentos.
Contra a loucura lutei bravamente,
A lucidez o vento leste levava,
Sua imagem aparecia em minha mente.
Realidade, onde buscá-la?

Até quando a insanidade humana
Desvairá os princípios da razão,
Em suaves sensações me afoguei,
Alucinando meu bem-estar,
Trazendo consigo ao seu lar
Borboletas azuis da cor do mar.

Por Thiago Barradas & Raphael Barradas

Perdido em palavras


Sonhando acordado
Os olhos fechados,
Sonhando na arte,
Antes, após, à parte.
Iluminado pelo sol,
Sou o som d'um tarol,
O sujeito das alegrias,
O caminho das maravilhas.
Ao universo me joguei,
Me perdi, me encontrei
Deitado sobre versos,
Laçado e lançado seria
N'um mar de poesia,
Afogado em sentimentos,
Enfim...

No âmago de um sonho



Eu me importo sim, em vê-lo voar,
Sua magnitude prolífera aos prantos.
O contíguo vôo deste pássaro
Com suas asas longas e inértes,
Consigo a carregar os filhotes.
Não os pertence...

Alimenta-se, em morfismo demudado
Aos outros pássaros, nunca será.
Cruzando do horizonte, seu vertical,
Sobrevoando o verde da graça,
O profundo azul dos oceanos,
Mas não o pertence...

Amargo suspeito neste momento,
Em seu trajeto, ligando lugares,
Também seus filhotes, contente.
No mais intenso saber irracional,
Enquanto dormes, é esquecido.
Enquanto durmo, és lembrado,
Todo dia, n'um profundo sonho
De um pequeno aviador.

Oh, Grande Mãe

Grande Mãe

Uma estrela que longe brilha,
Sua luz ainda forte então me guia
Ao venusto horizonte do luar,
Propício desejo para te amar.

Sentado na beira do mar,
Lenhas na fogueira à incendiar,
Sentindo sua extensa emoção
Me cobrindo de proteção.

A voz do vento à chamar,
Para um encontro me levar.
Ver o esplendor da noite cair,
A grande estrela de fogo surgir.

Me aqueces com seu sorrir,
O reflexo na água me pedir:
Paz, amor, admiração e respeito,
Te prometo com a mão no peito.

Por tudo que sutilmente já me fez,
Repetirei, não apenas uma vez:
Grande Mãe, dona de todos os fatos,
A ti sempre serei demasiadamente grato.

Caminhei sozinho


Numa velha estrada ao oeste,
Um velho sábio me disse:
Apenas vá por este caminho,
O vento lhe dirá a direção.
Entretanto meu pensamento
Refletido em momentos passados,
Transformando lembranças em versos,
Tentando conter-se da energia
Absorvida sobre a mantra da saudade,
Que demasiadamente me atingia.
Não me encontres, amarga solidão,
Racionalismo perdido em mentiras.
Não me encontres, repetirei.
Quero que simplesmente me leve,
Longe daqui, de volta à vida
Que sem amigos nada mais é
Do que um livro de páginas brancas.

Meu conforto, meu...


Olho para o horizonte,
Ouço o vento chamar,
Onde achas que estou?
Estarei no mesmo lugar,
Aguardando silenciosamente
A próxima estrela passar,
Enquanto a noite me guia
Pelo sorriso do luar,
Que me arrasta fora daqui
Sutilmente me deixa em paz.
Volta à mente a imagem
Perdida do que já se passou,
Um momento do rio à margem
De quando eramos crianças
Pulavamos, gritavamos,
Nos sujavamos, sem saber,
Sem se preocupar, vamos
Vivendo na melodia, arder
No fogo da energia, sonhar
Com o vento que tudo levou,
Em conforto se transformou.

Por trás da verdade



Idéias, sem proveito,
Não conjugam verbos
Por inteiro. Perdidos.
Querer, Desejar:
Não desenvolve um caminho
Contido de curvas retas.
Pensar, Sonhar:
Não proporciona a verdade
Satisfeita em realidade.
Fazer, realizar:
Não se define contextualmente
Sem o paradoxismo focado,
Completado pela análise,
Um desejo submisso
Em pensamentos, sonhos.
O querer, que agora
Em atitude transformou-se
Um elixir vivêncial,
Provido de mémórias.
Talvez, apenas... baste!